terça-feira, 20 de outubro de 2009


Queridos alunos, depois da decepção com o ENEM, só nos resta levantar a cabeça, sacudir a poeira e seguir em frente, pois a nossa luta não para aqui.

É claro que se o ENEM já tivesse acontecido, vocês estariam mais tranquilos e com mais tempo para os demais vestibulares. Mas a realidade é bem diferente. Agora, é preciso otimizar o tempo de forma que você se prepare tanto para o ENEM como para os demais vestibulares.

De hoje até 20 de novembro darei aqui ênfase aos vestibulares da UNIMONTES e UFMG que acontecerão respectivamente nos dia 22 e 29 de novembro de 2009.

Como é do seu conhecimento, a UNIMONTES cobrará as seguinte obras literárias: Paraísos artificiais de Paulo Henrique Britto, Cobra Norato de Raul Bopp, Crônica da casa assassinada de Lúcio Cardoso, Por trás dos vidros de Modesto Carone e Sagarana de João Guimarães Rosa.

Hoje conversaremos um pouco sobre a obra Paraísos Artificiais de Paulo Henrique Britto.





PARAÍSOS ARTIFICIAIS

Paraísos Artificiais, de Paulo Henriques Britto(2004):O Brasil, descoberto no século XVI pelos portugueses, aparece representado como um paraíso em vários relatos de viagens de historiadores e de cronistas em diários de navegantes e colonizadores e também em representações pictóricas de pintores e desenhistas que acompanhavam as expedições. A imagem da terra brasileira como um paraíso é descrita desde a Carta de Achamento do Brasil, de Pero Vaz de Caminha, como “mui bela e formosa", sendo recriada pelos poetas e escritores românticos, através de um projeto de construção da identidade nacional. O projeto identitário, iniciado pelos românticos, será retomado pelos escritores modernistas de 1922 que fizeram uma leitura crítica e irônica das imagens do paraíso brasileiro. Os narradores dos 8 contos e uma novela de Paraísos Artificiais de Paulo Henriques Britto, apresentam unia visão crítica e reflexiva da realidade brasileira da atualidade. O olhar do narrador não é mais de um viajante ingênuo que descreve, pinta ou desenha ilhas paisagens naturais da terra descoberta, ou mesmo de um sujeito que valoriza a cor local os costumes e a história nacional, mas é de um sujeito que tem consciência da sua capacidade de definir o próprio país, de traçar um mapa e delinear sua própria identidade num espaço marcado pela superficialidade das relações pessoais e familiares. Essa superficialidade, indiferença e incapacidade do sujeito de lidar com o outro e com o diferente surge desde o conto "Uma doença",' relato que também dialoga com a novela metamorfose de Franz kafka, se desenvolve nos contos "Uma visita"; "Um criminoso", “O companheiro de quarto", "Coisa de família", "O 921", ganhando destaque no conto"O primo". A novela "Os sonetos negros", último texto que compõe Paraísos Artificiais escrita em forma de diário de viagem nos remete aos primeiros viajantes que criaram as primeiras imagens do paraíso brasileiro, já que a personagem inicia a sua narrativa com um olhar meio ingênuo no momento em que descreve as suas primeiras impressões sobre o cotidiano de uma pequena cidade do interior. Mas, é durante o trabalho de pesquisadora de literatura brasileira que a personagem Tânia "descobre" a verdadeira origem dos poemas "Os sonetos negros", de Matilde Fortes, se depara com farsas e relações que tampem são permeadas de superficialidades e interesses individuais. Essa novela surpreende o seu leitor a cada página com uma narrativa permeada de: indagações, conflitos interiores, e reflexões sobre o, processo de criação e questões em torno da autoria do texto. Se o leitor desse texto espera que ocorra um desfecho em que todos os problemas sejam resolvidos ele se engana totalmente, pois o relato tem o mesmo fim dos contos, levando O leitor a refletir sobre o humano e a sua condição existencial. Paulo Henriques Britto demonstra, através das narrativas de Paraísos Artificiais, a sua capacidade de atualizar temas e questões já abordadas por vários textos literários, entanto utiliza uma linguagem que se faz profunda e inovadora quando, trata do cotidiano é dos homens da atualidade.

terça-feira, 22 de setembro de 2009



Pérolas do ENEM 2008

O massacre do Português

A redação do ENEM em 2008 teve como tema “A preservação da Amazônia”. Veja algumas “impreciosidades” linguísticas que você jamais deve usar, a não ser que você queira que sua redação seja zerada.

01) “o problema da amazônia tem uma percussão mundial. Várias Ongs já se estalaram na floresta.” (e levaram o disco da Xuxa onde ela canta “Brincar de Índio”)

02) “A amazônia é explorada de forma piedosa.” (…)

03) “Vamos nos unir juntos de mãos dadas para salvar o planeta.” (o mundo tem mais um Capitão Planeta?)

04) “A floresta tá ali paradinha no lugar dela e vem o homem e créu.” (velocidade 5 do créu!)

05) “Tem que destruir os destruidores por que o destruimento salva a floresta.” (pra deixar bem claro o tamanho da destruição)

06) “O grande excesso de desmatamento exagerado é a causa da devastação.” (pleonasmo é lei!)

07) “Espero que o desmatamento seja instinto.” (…)

08) “A floresta está cheia de animais já extintos. Tem que parar de desmatar para que os animais que estão extintos possam se reproduzirem e aumentarem seu número respirando um ar mais limpo.” (os animais extintos também merecem uma cerveja para comemorar quando o ar estiver limpo)

09) “A emoção de poluentes atmosféricos aquece a floresta.” (noffa)

10) “Tem empresas que contribui para a realização de árvores renováveis.” (todo mundo na vida tem que ter um filho, escrever um livro, e realizar uma árvore renovável)

11) “Animais ficam sem comida e sem dormida por causa das queimadas.” (esqueceu que também ficam sem o home theater e os dvd’s da coleção do Chaves)

12) “Precisamos de oxigênio para nossa vida eterna.” (amém)

13) “Os desmatadores cortam árvores naturais da natureza.” (e as renováveis?)

14) “A principal vítima do desmatamento é a vida ecológica.” (deve ser culpa da morte ecológica)

15) “A amazônia tem valor ambiental ilastimável.” (ignorem, por favor)

16) “Explorar sem atingir árvores sedentárias.” (peguem só as que estiverem fazendo caminhadas e flexões)

17) “Os estrangeiros já demonstraram diversas fezes enteresse pela amazônia.” (ÃHN?)
18) “Paremos e reflitemos.” (beleza)

19) “A floresta amazônica não pode ser destruída por pessoas não autorizadas.” (onde está o Guarda Belo nessas horas?)

20) “Retirada claudestina de árvores.” (caraulio!)

21) “Temos que criar leis legais contra isso.” (bacana)

22) “A camada de ozonel.” (Chris O’Zonnell?)

23) “a amazônia está sendo devastada por pessoas que não tem senso de humor.” (a solução é colocar a o pessoal da Zorra Total pra cortar árvores)

24) “A cada hora, muitas árvores são derrubadas por mãos poluídas, sem coração.” (…)

25) “A amazônia está sofrendo um grande, enorme e profundíssimo desmatamento devastador, intenso e imperdoável.” (campeão da categoria “o mais enchedor de linguiça”)

26) “Vamos gritar não à devastação e sim à reflorestação.” (NÃO!)

27) “Uma vez que se paga uma punição xis, se ganha depois vários xises.” (gênio da matemática)

28) “A natureza está cobrando uma atitude mais energética dos governantes.” (red bull neles - dizem as árvores)

29) “O povo amazônico está sendo usado como bote expiatório.” (ótima)

30) “O aumento da temperatura na terra está cada vez mais aumentando.” (subindo!)

31) “Na floresta amazônica tem muitos animais: passarinhos, leões, ursos, etc.” (…)

32) “Convivemos com a merchendagem e a politicagem.” (que burragem)

33) “Na cama dos deputados foram votadas muitas leis.” (imaginem as que foram votadas no banheiro deles!)

34) “Os dismatamentos é a fonte de inlegalidade e distruição da froresta amazonia.” (oh god!)

35) “O que vamos deixar para nossos antecedentes?” (dicionários)

36) “A fiscalisação tem que ser preservativa.” (lerê-lerê)

37) “Não podem explorar a Amazônia de maneira tão devassaladora.” (neologismo pra devastadora + avassaladora)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009


A REDAÇÃO NO ENEM


A redação do ENEM se assemelha à redação da maioria dos vestibulares brasileiros que optam por um texto dissertativo-argumentativo, porém com alguns traços característicos como a escolha do tema sempre voltado para as questões de ordem social, política e cultural e aplicação de cinco competências linguísticas também exploradas na prova objetiva.

Outro aspecto que também deve ser ressaltado é o fato de o tema abordado na redação não vir solto. Geralmente são apresentados de 2 a 4 textos em linguagem verbal ou não-verbal abordando o tema proposto sob vários enfoques. Esses textos servirão de suporte para que , juntamente com seu conhecimento de mundo, você desenvolva sua redação, que deve ser estruturada em prosa e ser do tipo dissertativo-argumentativo.

Em termos práticos, será apresentado o tema e você deverá se manifestar sobre ele de forma clara e coerente. Sendo assim, é necessário, em primeiro plano, que você entenda claramente o tema sobre o qual vai escrever.

A partir das reflexões acerca do tema proposto, você vai escolher um ponto de vista para redigir seu texto, isso significa que na introdução você deverá deixar claro a idéia a qual você defende.

Em seguida, você deve desenvolver argumentos que sustentem seu ponto de vista, ou seja, você vai defender a ideia proposta na introdução.

Ao desenvolver o tema apresentado, você deve demonstrar uma visão crítica sobre os problemas citados e apresentar possíveis soluções para os mesmos.

O ENEM espera que, em sua produção escrita, você demonstre sua capacidade de opinião, reflexão, argumentação e apresente possíveis intervenções para o problema em questão respeitando sempre os direitos humanos.

Portanto, se você que se sair bem na redação do ENEM, é fundamental que você seja claro em seu ponto de vista, desenvolva uma argumentação bem fundamentada e apresente propostas de intervenção coerentes com a realidade apresentada.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009


Como lidar com a questão do tempo na hora da prova do ENEM 2009


Querido leitor, hoje quero lhe falar sobre um assunto que tem me deixando um pouco apreensiva: o tempo de duração da prova do ENEM.

No sábado dia 03/10 você terá 4 horas e meia para responder às questões de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias, ou seja, você terá 270 minutos para responder a 90 questões.

No domingo, 04/10 você fará as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Nesse dia, esse tempo aumentará para 330 minutos em função da redação, ou seja, você terá uma hora a mais, porém esta hora deve ser reservada exclusivamente à redação.

Como você deve ter lido no manual do ENEM, não haverá diferença de peso entre as quatro áreas de conhecimento avaliadas, mas haverá pesos diferentes para questões dentro da mesma área de conhecimenteo, isso quer dizer que as questões mais fáceis terão peso menor que as mais complexas.

Não sei se você já parou para pensar, mas você terá exatamente 03 minutos para cada questão, sem o contar o tempo que você terá de reservar para passar as respostas para o gabarito.

Então, o que fazer diante desse tempo tão ínfimo?

Sugiro que você cronometre mais ou menos seu tempo. Vá resolvendo as questões, sem desespero, claro. O tempo é curto, mas é suficiente para responder a todas elas. Se você se deparar com uma questão que é muito difícil, não fique “enroscado” nela, passe para diante e no final você volta e tenta resolvê-la. Quanto mais questões você resolver, melhor para você. É muito mais inteligente você acertar 5 questões fáceis e errar uma difícil do que você acertar uma difícil e errar 5 fáceis/ médias. E menos inteligente ainda, é você gastar tempo demais com algumas questões e não sobrar tempo para responder as demais.


Atenção, uma das habilidades avaliadas no ENEM é o raciocínio. É hora de você provar que você o tem e usá-lo a seu favor.

Boa Prova!!

Maria Vilma

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Redação no vestibular


REDAÇÃO NO VESTIBULAR


A redação é o grande bicho papão do vestibular. Muitos dizem que na hora de fazê-la tremem, suam frio, as mãos ficam geladas, o coração dispara, as ideias somem e, para piorar a situação, o tempo parece ínfimo, o que aumenta ainda mais o suplício do vestibulando.

Realmente escrever não é uma tarefa tão fácil, porém não é impossível. Prova disso é que a humanidade escreveu e continua escrevendo sua história. Você não é o primeiro a fazer uma redação de vestibular, muito menos o último.
Mas, para que você tenha segurança ao fazê-la, é preciso se preparar e muito.

A seguir deixo algumas dicas para que você se prepare e se saia bem não só na prova do ENEM como também nos demais vestibulares.

O que fazer até o dia da prova?

Estude os discursos textuais( narração, descrição, dissertação, etc.) mais exigidos nas propostas de redação. Geralmente os vestibulares têm variado esses discursos , mas a DISSERTAÇÃO é, sem sombra de dúvida, o mais solicitado e é o escolhido pelo ENEM.

Mas o que é mesmo uma dissertação? É um texto que expressa a opinião do autor de modo direto, sem a intermediação de personagens, narradores e enredo. Num texto dissertativo, o autor expõe suas ideias a respeito de um determinado assunto, organizando seus argumentos até chegar a uma conclusão.

Como me preparar para fazer uma boa dissertação?

O primeiro passo é você se informar. E isso você consegue através da leitura de livros, jornais, revistas, internet. Procure veículos de informação com credibilidade. Os mais usados nos vestibulares são (Folha de São Paulo, Revistas Superinteressante, VEJA, IstoÉ, Época, etc). Os editoriais são ótimos exemplos de textos dissertativos escritos com excelência.

O segundo e também muito importante é o treino. É necessário que você treine. A única maneira de você aprender escrever é escrevendo. Portanto escreva. Não tenha medo; deixe suas ideias fluírem e faça pelo menos uma dissertação por semana.Risque, rabisque, escreva, reescreva.Faça, refaça. A refacção faz com que você perceba seus deslizes e os elimine.

O que fazer no dia da prova, na hora “H” da redação?

1-leia a proposta cuidadosamente, atentando para o discurso textual solicitado.

2-Destaque os elementos que compõem o tema proposto. Atenção redobrada a esse tópico. A fuga do tema pode anular sua redação.

3-Anote ideias importantes referentes ao tema ( conceitos, filmes que viu, textos que você leu, etc). tudo isso vai ajudá-lo a sustentar sua opinião.

4-Organize suas ideias de forma progressiva, ou seja, os argumentos mais simples para os mais complexos.

5-Procure ser o mais claro e simples possível. A clareza é um dos elementos essenciais numa dissertação.

6-Verifique se sua conclusão está coerente com a defesa de sua tese.

7- Não se esqueça de dar um título ao seu texto, de preferência que seja curto.

8-E por último, dê uma revisada antes de passá-lo a limpo ( ortografia, concordância, regência, pontuação, etc.)

Beijos e até a próxima!!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Universidades que vão adotar ENEM como fase única em seu processo seletivo 2009/2010




REGIÃO SUDESTE

Unifesp
No vestibular 2010 da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), dos 26 cursos oferecidos, 19 utilizarão somente o Enem 2009 como vestibular e 7 graduações terão duas fases obrigatórias (Enem 2009 e prova). Para os cursos com processo seletivo em duas fases, será necessário fazer duas inscrições: uma para o Enem 2009, até o dia 17 de julho, e outra para a segunda fase, entre os dias 1º e 30 de setembro.

A UFABC (Universidade Federal do ABC), em São Paulo, utilizará o Enem 2009 como forma única de seleção de candidatos à graduação. Portanto, os interessados em ingressar nos cursos da universidade em 2010 devem se submeter, obrigatoriamente, à avaliação do novo Enem.

Unirio
A Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) adotará o Enem como fase única e para preencher vagas remanescentes já em 2009.

UFRRJ
A UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) adotará o Enem como fase única já em 2009 e para o preenchimento das vagas remanescentes.

UFVJM
A UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri), em Minas Gerais, vai usar o Enem como fase única, já em 2009, para preencher 50% das vagas do processo seletivo e para as vagas remanescentes. A outra metade das vagas do vestibular 2010 será preenchida por meio do vestibular seriado.

Unifal
A Unifal (Universidade Federal de Alfenas) adotará o Enem como fase única do vestibular 2010.

Unifei
A Unifei (Universidade Federal de Itajubá) fará Utilização do Novo Enem como fase única para 4 cursos do campus de Itajubá (física, matemática, sistemas de informação e engenharia de materiais) e para todos os cursos do campus de Itabira. Para os demais cursos do campus de Itajubá (administração, ciências da computação e engenharias ambiental, da computação, de controle e automação, de produção mecânica, elétrica, hídrica, e mecânica), o Novo Enem será utilizado como primeira fase.

Ufla

A (Universidade Federal de Lavras) irá considerar o Enem como fase única para 60% das vagas do vestibular 2010. As demais serão ocupadas por ingressantes do processo seriado de ingresso, em que a nota do Enem compõe a 3ª fase.


REGIÃO SUL

UTFPR
Para o vestibular 2010 da UTFPR (Universidade Técnica Federal do Paraná), será considerada somente a nota do Enem 2009; portanto, os interessados em uma das vagas da instituição devem se inscrever, obrigatoriamente, no Enem 2009.

UFFS
A UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul), em Santa Catarina, irá utilizar como vestibular somente a nota do Enem 2009. Ou seja, tanto quem está concluindo o ensino médio quanto quem já concluiu os estudos terá que prestar o novo Enem.

UFCSPA
A UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre), no Rio Grande do Sul, irá utilizar somente a nota do Enem 2009 como critério de escolha de candidatos a uma das 368 vagas oferecidas

Unipampa
Na Unipampa (Universidade Federal do Pampa), no Rio Grande do Sul, o ingresso para todos os cursos no vestibular 2010 deverá ser feito pelo Enem. Para esse vestibular, a instituição oferecerá cinco novos cursos, totalizando 46 opções de graduação.

UFPel

A UFPel (Universidade Federal de Pelotas), no Rio Grande do Sul, irá utilizar como critério para entrada no vestibular 2010 somente o Enem 2009. A instituição foi uma das primeiras a aderir ao novo sistema.


REGIÃO NORDESTE

Univasf
A Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco) adotará o Enem em fase única e para vagas remanescentes a partir de 2009

UFBA
A UFBA (Universidade Federal da Bahia) adotará o Enem para os cursos de bacharelado interdisciplinar e para os cursos superiores de tecnologia. As graduações de formato tradicional da UFBA continuarão tendo ingresso pelo vestibular regular. Os candidatos a todos os cursos terão que se inscrever na universidade entre os dias 1 e 14 de setembro.

UFMA
A UFMA (Universidade Federal do Maranhão) deverá adotar o Enem em fase única.

UFPI
A UFPI (Universidade Federal do Piauí) adotará o Enem como fase única para metade das vagas de todos os cursos e para preencher vagas remanescentes a partir do processo de 2009. A outra metade das vagas será preenchida pelo processo seletivo seriado da instituição (PSIU - Programa Seriado de Ingresso na Universidade).

UFRPE
A UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) adotará o Enem em fase única e vagas remanescentes a partir de 2009.

Ufersa

A Ufersa (Universidade Federal Rural do Semi-Árido) adotará o Enem em fase única e para o preenchimento de vagas remanescentes a partir de 2009.


REGIÃO NORTE

Ufam
A Ufam (Universidade Federal do Amazonas) usará a nota do Enem como fase única para preencher 50% das vagas do processo seletivo. As outras 50% serão preenchidas por meio de avaliação seriada. Veja outras informações no edital com informações sobre o uso do Enem.

REGIÃO CENTRO-OESTE

UFMT
A UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso) vai usar a nota do Enem para seleção em fase única para as 5.031 vagas oferecidas no vestibular 2010 e para vagas remanescentes

quarta-feira, 19 de agosto de 2009



Querido leitor, espero que como eu, você também mergulhe no maravilhoso mundo folclórico e desvende os mistérios da Cobra Norato, obra exigida pelos vestibulares da UFMG e UNIMONTES 2009/2010. Tenho certeza de que, como eu, você também vai adorá-la.

A obra Cobra Norato de Raul Bopp, foi escrita em 1921, em decorrência das várias andanças de seu autor pela Amazônia. Em 1931, depois de várias alterações, o poema é editado por iniciativa dos amigos e à revelia do autor. Do ponto de vista literário, o poema se insere no contexto histórico do Manifesto Antropofágico e do Modernismo, movimentos que renovaram o panorama das artes no Brasil, nas primeiras décadas do século XX.

Cobra Norato pertence à classe dos mitos serpentários do folclore da Amazônia, que inclui as lendas da Cobra Grande, Boiúna e Cobra de Óbidos, e se relaciona com os mitos aquáticos de Iara, Mãe D’Água e Iemanjá. Segundo a lenda, uma cunhã foi engravidada pela Boiúna, parindo duas crianças; mas, obrigada pelo Pajé, acabou por atirá-las no rio onde se criaram, transformadas em cobra.

O menino, chamado Honorato [Norato], tinha boa índole, mas sua irmã, Maria Caninana, era perversa, perseguia animais e afogava os navegantes. Isso fez com que Norato a matasse para se ver livre dela e viver em paz. Cobra Norato, à noite, costuma se transformar em rapaz elegante e dançar nas festas à beira do rio, deixando na margem seu imenso couro de cobra.



Com sua imaginação fértil, Raul Bopp recria de forma fantástica a lenda e dá vida a uma nova Cobra Norato.

Cobra Norato na versão de Raul Bopp

No ventre da noite, o poeta estrangula a Cobra Norato e enfia-se em sua pele elástica para sair dos confins da floresta amazônica em direção a Belém do Pará, em busca da filha da Rainha Luzia, com quem ele quer se casar.

O primeiro passo da caminhada é apagar os olhos, escorregar no sono e entrar na floresta cifrada. Sob a sombra fechada das árvores, entre sapos beiçudos, charco, lama, atoleiros provocados pelas águas dos rios, Norato avança e cumpre as missões impostas pelo mascarão que encontra no meio do caminho: passar por sete portas, ver sete mulheres brancas de ventres despovoados, guardadas por um jacaré; entregar a sombra para o Bicho do Fundo; fazer mirongas na lua nova; beber três gotas de sangue.

Norato cumpre as provas, mas não encontra a moça. Avança sozinho pela selva insone. O entusiasmo inicial cede a um certo desalento: ‘Onde irei eu que já estou como sangue doendo das mirongas da filha da rainha Luzia?’

A região torna-se lúgubre. É a floresta de hálito podre, de raízes desdentadas saltando do lodo. Na Escola das Árvores, uma árvore velha enfileira impiedosa as jovens árvores condenadas a produzir as folhas que cobrem a floresta. ‘Ai, ai, ai,’ gemem elas, ’somos escravas do rio’.

Cobra Norato alcança o fundo da floresta, onde a terra é fabricada e as árvores passam a noite tecendo folhas em segredo. Está perdido em um escuro labirinto de árvores. A atmosfera pesada prenuncia tempestade. Pernaltas movem-se devagar, miritis abrem os grandes leques vagarosos, sapos coaxam com vigor. Desaba a chuva violenta: o vento saqueia as vegetação, nuvens negras se amontoam, lagoas arrebentam, árvores se abraçam.

Norato atola-se em um útero de lama, de onde sai graças à ajuda do tatu que se transforma também em companheiro de viagem. Vem um período de descanso e também de tristeza. Onde afinal andará a filha da rainha Luzia? O tatu propõe que partam para o lago Onça-poiema. Cobra Norato refresca-se nas águas do rio, comunga com os animais que por ali pastam. Quando partem novamente para o interior abafado da floresta, a noite já está se fechando.

O tatu avisa: começa naquele dia a maré grande. Os dois rumam, pelo mangue, paras as bandas do Bailique. Querem ver chegar a pororoca. Quando a lua cheia aponta, vem a onda inchada, rolando em vagalhões. Na força da enchente, eles navegam para uma polpa de mato onde Norato descansa e cisma: ‘o que é que haverá lá atrás das estrelas?’ Mas a fome aperta e dois vão para o patirum roubar tapioca.

Na casa das farinhadas grandes, as mulheres trabalham nos ralos mastigando os cachimbos. Joaninha Vintém conta o causo do boto que a surpreendeu enquanto lavava roupa. Vendo a animação da festa, Norato e o tatu viram gente. Cantam, dançam os chorados de viola, bebem cachaça. Na hora de partir, Joaninha Vintém quer ir junto, mas Norato não aceita. Pegam o corpo que ficou lá fora e continuam viagem.

Mais adiante, uma pajelança. A onça curuana entra no corpo do pajé, que examina os doentes de sezão, de inchado no ventre, de espinhela caída. Faz benzedura de destorcer quebranto, fuma, defuma, até tontear e cair. No meio da floresta, o som longínquo de um trem Maria-fumaça acorda o mato.

Ao longe, flutuando no rio, Norato vê um navio com casco de prata e as velas embojadas de vento. Navio não, corrige o tatu. É a Cobra Grande. Quando começa a lua cheia, ela aparece para buscar moça virgem. Enquanto a visagem vai se sumindo paras bandas de Macapá, Norato resolve: quer ver o casamento da Boiúna.

A caminho das bodas, Norato pede ao vento que o deixe passar, encontra-se com o saci e com o pajé-pato que lhe arreda o mato em troca de cachaça. O herói e o tatu vaõ com força, nem se escondem para ver as moças tomarem banho na ponta do Escorrega. O tatu está aflito, apressado, mas Cobra Norato avisa: ‘Devagar que chão duro dói’.

Na casa da Boiúna, um cururu se posta de sentinela. Norato esgueira-se pelos fundos da grota e avista a noiva, que não é ninguém menos que filha da rainha Luzia. Mas Cobra Grande acorda e começa a perseguição sem fim. Norato pede a tamaquaré, seu cunhado, que corra imitando seu rastro e entregue o seu pixé na casa do pajé-pato. Em cima da hora! Cobra Grande passa rasgando caminho. Chega à morada do pajé que lhe ensina o caminho errado: ‘Cobra Norato foi pra Belém se casar’. E lá se vai a Boiúna direto para Belém. Entra no cano da Sé e fica com cabeça enfiada debaixo dos pés de Nossa Senhora.

Cobra Norato volta para o Sem-fim, para as terras altas onde a serra se amontoa. Leva consigo a noiva, para estar com ela numa casa de porta azul piquininha pintada a lápis de cor. É lá que ele espera pela gente do Caxiri Grande, por Joaninha Vintém, pelo pajé-pato, por Augusto Meyer e Tarsila, por todo povo de Belém, de Porto Alegre e de São Paulo para a festa de casamento que há de durar sete luas e sete sóis.