quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Redação no vestibular


REDAÇÃO NO VESTIBULAR


A redação é o grande bicho papão do vestibular. Muitos dizem que na hora de fazê-la tremem, suam frio, as mãos ficam geladas, o coração dispara, as ideias somem e, para piorar a situação, o tempo parece ínfimo, o que aumenta ainda mais o suplício do vestibulando.

Realmente escrever não é uma tarefa tão fácil, porém não é impossível. Prova disso é que a humanidade escreveu e continua escrevendo sua história. Você não é o primeiro a fazer uma redação de vestibular, muito menos o último.
Mas, para que você tenha segurança ao fazê-la, é preciso se preparar e muito.

A seguir deixo algumas dicas para que você se prepare e se saia bem não só na prova do ENEM como também nos demais vestibulares.

O que fazer até o dia da prova?

Estude os discursos textuais( narração, descrição, dissertação, etc.) mais exigidos nas propostas de redação. Geralmente os vestibulares têm variado esses discursos , mas a DISSERTAÇÃO é, sem sombra de dúvida, o mais solicitado e é o escolhido pelo ENEM.

Mas o que é mesmo uma dissertação? É um texto que expressa a opinião do autor de modo direto, sem a intermediação de personagens, narradores e enredo. Num texto dissertativo, o autor expõe suas ideias a respeito de um determinado assunto, organizando seus argumentos até chegar a uma conclusão.

Como me preparar para fazer uma boa dissertação?

O primeiro passo é você se informar. E isso você consegue através da leitura de livros, jornais, revistas, internet. Procure veículos de informação com credibilidade. Os mais usados nos vestibulares são (Folha de São Paulo, Revistas Superinteressante, VEJA, IstoÉ, Época, etc). Os editoriais são ótimos exemplos de textos dissertativos escritos com excelência.

O segundo e também muito importante é o treino. É necessário que você treine. A única maneira de você aprender escrever é escrevendo. Portanto escreva. Não tenha medo; deixe suas ideias fluírem e faça pelo menos uma dissertação por semana.Risque, rabisque, escreva, reescreva.Faça, refaça. A refacção faz com que você perceba seus deslizes e os elimine.

O que fazer no dia da prova, na hora “H” da redação?

1-leia a proposta cuidadosamente, atentando para o discurso textual solicitado.

2-Destaque os elementos que compõem o tema proposto. Atenção redobrada a esse tópico. A fuga do tema pode anular sua redação.

3-Anote ideias importantes referentes ao tema ( conceitos, filmes que viu, textos que você leu, etc). tudo isso vai ajudá-lo a sustentar sua opinião.

4-Organize suas ideias de forma progressiva, ou seja, os argumentos mais simples para os mais complexos.

5-Procure ser o mais claro e simples possível. A clareza é um dos elementos essenciais numa dissertação.

6-Verifique se sua conclusão está coerente com a defesa de sua tese.

7- Não se esqueça de dar um título ao seu texto, de preferência que seja curto.

8-E por último, dê uma revisada antes de passá-lo a limpo ( ortografia, concordância, regência, pontuação, etc.)

Beijos e até a próxima!!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Universidades que vão adotar ENEM como fase única em seu processo seletivo 2009/2010




REGIÃO SUDESTE

Unifesp
No vestibular 2010 da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), dos 26 cursos oferecidos, 19 utilizarão somente o Enem 2009 como vestibular e 7 graduações terão duas fases obrigatórias (Enem 2009 e prova). Para os cursos com processo seletivo em duas fases, será necessário fazer duas inscrições: uma para o Enem 2009, até o dia 17 de julho, e outra para a segunda fase, entre os dias 1º e 30 de setembro.

A UFABC (Universidade Federal do ABC), em São Paulo, utilizará o Enem 2009 como forma única de seleção de candidatos à graduação. Portanto, os interessados em ingressar nos cursos da universidade em 2010 devem se submeter, obrigatoriamente, à avaliação do novo Enem.

Unirio
A Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) adotará o Enem como fase única e para preencher vagas remanescentes já em 2009.

UFRRJ
A UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) adotará o Enem como fase única já em 2009 e para o preenchimento das vagas remanescentes.

UFVJM
A UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri), em Minas Gerais, vai usar o Enem como fase única, já em 2009, para preencher 50% das vagas do processo seletivo e para as vagas remanescentes. A outra metade das vagas do vestibular 2010 será preenchida por meio do vestibular seriado.

Unifal
A Unifal (Universidade Federal de Alfenas) adotará o Enem como fase única do vestibular 2010.

Unifei
A Unifei (Universidade Federal de Itajubá) fará Utilização do Novo Enem como fase única para 4 cursos do campus de Itajubá (física, matemática, sistemas de informação e engenharia de materiais) e para todos os cursos do campus de Itabira. Para os demais cursos do campus de Itajubá (administração, ciências da computação e engenharias ambiental, da computação, de controle e automação, de produção mecânica, elétrica, hídrica, e mecânica), o Novo Enem será utilizado como primeira fase.

Ufla

A (Universidade Federal de Lavras) irá considerar o Enem como fase única para 60% das vagas do vestibular 2010. As demais serão ocupadas por ingressantes do processo seriado de ingresso, em que a nota do Enem compõe a 3ª fase.


REGIÃO SUL

UTFPR
Para o vestibular 2010 da UTFPR (Universidade Técnica Federal do Paraná), será considerada somente a nota do Enem 2009; portanto, os interessados em uma das vagas da instituição devem se inscrever, obrigatoriamente, no Enem 2009.

UFFS
A UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul), em Santa Catarina, irá utilizar como vestibular somente a nota do Enem 2009. Ou seja, tanto quem está concluindo o ensino médio quanto quem já concluiu os estudos terá que prestar o novo Enem.

UFCSPA
A UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre), no Rio Grande do Sul, irá utilizar somente a nota do Enem 2009 como critério de escolha de candidatos a uma das 368 vagas oferecidas

Unipampa
Na Unipampa (Universidade Federal do Pampa), no Rio Grande do Sul, o ingresso para todos os cursos no vestibular 2010 deverá ser feito pelo Enem. Para esse vestibular, a instituição oferecerá cinco novos cursos, totalizando 46 opções de graduação.

UFPel

A UFPel (Universidade Federal de Pelotas), no Rio Grande do Sul, irá utilizar como critério para entrada no vestibular 2010 somente o Enem 2009. A instituição foi uma das primeiras a aderir ao novo sistema.


REGIÃO NORDESTE

Univasf
A Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco) adotará o Enem em fase única e para vagas remanescentes a partir de 2009

UFBA
A UFBA (Universidade Federal da Bahia) adotará o Enem para os cursos de bacharelado interdisciplinar e para os cursos superiores de tecnologia. As graduações de formato tradicional da UFBA continuarão tendo ingresso pelo vestibular regular. Os candidatos a todos os cursos terão que se inscrever na universidade entre os dias 1 e 14 de setembro.

UFMA
A UFMA (Universidade Federal do Maranhão) deverá adotar o Enem em fase única.

UFPI
A UFPI (Universidade Federal do Piauí) adotará o Enem como fase única para metade das vagas de todos os cursos e para preencher vagas remanescentes a partir do processo de 2009. A outra metade das vagas será preenchida pelo processo seletivo seriado da instituição (PSIU - Programa Seriado de Ingresso na Universidade).

UFRPE
A UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) adotará o Enem em fase única e vagas remanescentes a partir de 2009.

Ufersa

A Ufersa (Universidade Federal Rural do Semi-Árido) adotará o Enem em fase única e para o preenchimento de vagas remanescentes a partir de 2009.


REGIÃO NORTE

Ufam
A Ufam (Universidade Federal do Amazonas) usará a nota do Enem como fase única para preencher 50% das vagas do processo seletivo. As outras 50% serão preenchidas por meio de avaliação seriada. Veja outras informações no edital com informações sobre o uso do Enem.

REGIÃO CENTRO-OESTE

UFMT
A UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso) vai usar a nota do Enem para seleção em fase única para as 5.031 vagas oferecidas no vestibular 2010 e para vagas remanescentes

quarta-feira, 19 de agosto de 2009



Querido leitor, espero que como eu, você também mergulhe no maravilhoso mundo folclórico e desvende os mistérios da Cobra Norato, obra exigida pelos vestibulares da UFMG e UNIMONTES 2009/2010. Tenho certeza de que, como eu, você também vai adorá-la.

A obra Cobra Norato de Raul Bopp, foi escrita em 1921, em decorrência das várias andanças de seu autor pela Amazônia. Em 1931, depois de várias alterações, o poema é editado por iniciativa dos amigos e à revelia do autor. Do ponto de vista literário, o poema se insere no contexto histórico do Manifesto Antropofágico e do Modernismo, movimentos que renovaram o panorama das artes no Brasil, nas primeiras décadas do século XX.

Cobra Norato pertence à classe dos mitos serpentários do folclore da Amazônia, que inclui as lendas da Cobra Grande, Boiúna e Cobra de Óbidos, e se relaciona com os mitos aquáticos de Iara, Mãe D’Água e Iemanjá. Segundo a lenda, uma cunhã foi engravidada pela Boiúna, parindo duas crianças; mas, obrigada pelo Pajé, acabou por atirá-las no rio onde se criaram, transformadas em cobra.

O menino, chamado Honorato [Norato], tinha boa índole, mas sua irmã, Maria Caninana, era perversa, perseguia animais e afogava os navegantes. Isso fez com que Norato a matasse para se ver livre dela e viver em paz. Cobra Norato, à noite, costuma se transformar em rapaz elegante e dançar nas festas à beira do rio, deixando na margem seu imenso couro de cobra.



Com sua imaginação fértil, Raul Bopp recria de forma fantástica a lenda e dá vida a uma nova Cobra Norato.

Cobra Norato na versão de Raul Bopp

No ventre da noite, o poeta estrangula a Cobra Norato e enfia-se em sua pele elástica para sair dos confins da floresta amazônica em direção a Belém do Pará, em busca da filha da Rainha Luzia, com quem ele quer se casar.

O primeiro passo da caminhada é apagar os olhos, escorregar no sono e entrar na floresta cifrada. Sob a sombra fechada das árvores, entre sapos beiçudos, charco, lama, atoleiros provocados pelas águas dos rios, Norato avança e cumpre as missões impostas pelo mascarão que encontra no meio do caminho: passar por sete portas, ver sete mulheres brancas de ventres despovoados, guardadas por um jacaré; entregar a sombra para o Bicho do Fundo; fazer mirongas na lua nova; beber três gotas de sangue.

Norato cumpre as provas, mas não encontra a moça. Avança sozinho pela selva insone. O entusiasmo inicial cede a um certo desalento: ‘Onde irei eu que já estou como sangue doendo das mirongas da filha da rainha Luzia?’

A região torna-se lúgubre. É a floresta de hálito podre, de raízes desdentadas saltando do lodo. Na Escola das Árvores, uma árvore velha enfileira impiedosa as jovens árvores condenadas a produzir as folhas que cobrem a floresta. ‘Ai, ai, ai,’ gemem elas, ’somos escravas do rio’.

Cobra Norato alcança o fundo da floresta, onde a terra é fabricada e as árvores passam a noite tecendo folhas em segredo. Está perdido em um escuro labirinto de árvores. A atmosfera pesada prenuncia tempestade. Pernaltas movem-se devagar, miritis abrem os grandes leques vagarosos, sapos coaxam com vigor. Desaba a chuva violenta: o vento saqueia as vegetação, nuvens negras se amontoam, lagoas arrebentam, árvores se abraçam.

Norato atola-se em um útero de lama, de onde sai graças à ajuda do tatu que se transforma também em companheiro de viagem. Vem um período de descanso e também de tristeza. Onde afinal andará a filha da rainha Luzia? O tatu propõe que partam para o lago Onça-poiema. Cobra Norato refresca-se nas águas do rio, comunga com os animais que por ali pastam. Quando partem novamente para o interior abafado da floresta, a noite já está se fechando.

O tatu avisa: começa naquele dia a maré grande. Os dois rumam, pelo mangue, paras as bandas do Bailique. Querem ver chegar a pororoca. Quando a lua cheia aponta, vem a onda inchada, rolando em vagalhões. Na força da enchente, eles navegam para uma polpa de mato onde Norato descansa e cisma: ‘o que é que haverá lá atrás das estrelas?’ Mas a fome aperta e dois vão para o patirum roubar tapioca.

Na casa das farinhadas grandes, as mulheres trabalham nos ralos mastigando os cachimbos. Joaninha Vintém conta o causo do boto que a surpreendeu enquanto lavava roupa. Vendo a animação da festa, Norato e o tatu viram gente. Cantam, dançam os chorados de viola, bebem cachaça. Na hora de partir, Joaninha Vintém quer ir junto, mas Norato não aceita. Pegam o corpo que ficou lá fora e continuam viagem.

Mais adiante, uma pajelança. A onça curuana entra no corpo do pajé, que examina os doentes de sezão, de inchado no ventre, de espinhela caída. Faz benzedura de destorcer quebranto, fuma, defuma, até tontear e cair. No meio da floresta, o som longínquo de um trem Maria-fumaça acorda o mato.

Ao longe, flutuando no rio, Norato vê um navio com casco de prata e as velas embojadas de vento. Navio não, corrige o tatu. É a Cobra Grande. Quando começa a lua cheia, ela aparece para buscar moça virgem. Enquanto a visagem vai se sumindo paras bandas de Macapá, Norato resolve: quer ver o casamento da Boiúna.

A caminho das bodas, Norato pede ao vento que o deixe passar, encontra-se com o saci e com o pajé-pato que lhe arreda o mato em troca de cachaça. O herói e o tatu vaõ com força, nem se escondem para ver as moças tomarem banho na ponta do Escorrega. O tatu está aflito, apressado, mas Cobra Norato avisa: ‘Devagar que chão duro dói’.

Na casa da Boiúna, um cururu se posta de sentinela. Norato esgueira-se pelos fundos da grota e avista a noiva, que não é ninguém menos que filha da rainha Luzia. Mas Cobra Grande acorda e começa a perseguição sem fim. Norato pede a tamaquaré, seu cunhado, que corra imitando seu rastro e entregue o seu pixé na casa do pajé-pato. Em cima da hora! Cobra Grande passa rasgando caminho. Chega à morada do pajé que lhe ensina o caminho errado: ‘Cobra Norato foi pra Belém se casar’. E lá se vai a Boiúna direto para Belém. Entra no cano da Sé e fica com cabeça enfiada debaixo dos pés de Nossa Senhora.

Cobra Norato volta para o Sem-fim, para as terras altas onde a serra se amontoa. Leva consigo a noiva, para estar com ela numa casa de porta azul piquininha pintada a lápis de cor. É lá que ele espera pela gente do Caxiri Grande, por Joaninha Vintém, pelo pajé-pato, por Augusto Meyer e Tarsila, por todo povo de Belém, de Porto Alegre e de São Paulo para a festa de casamento que há de durar sete luas e sete sóis.

terça-feira, 18 de agosto de 2009



Fique de olho nas obras literárias do vestibular 2010



UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais


• Antes do baile verde (livro), de Lygia Fagundes Telles
• Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha
• Cobra Norato, de Raul Bopp
• Crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardoso
• Sermão da Sexagésima, de Pe. Antônio Vieira


UNIMONTES_Universidade Estadual de Montes Claros

Vestibular tradicional e PAES

• Paraísos Artificiais - Paulo Henrique Britto
• Cobra Norato, de Raul Bopp
• Crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardoso
• Por trás dos vidros, Modesto Carone
• Sagarana( João Guimarães Rosa)


UFV-Universidade Federal de Viçosa

Vestibular tradicional e PASES 3

• Sarapalha e O burrinho pedrês, de Guimarães Rosa;
• Paraísos Artificiais, de Paulo Henriques Brito;
• Mensagem, de Fernando Pessoa;
• Recordações do Escrivão Isaías Caminha, de Lima Barreto.


UFOP_Universidade Federal de Ouro Preto


• A Educação Pela Pedra, de João Cabral de Melo Neto
• Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna
• Paraísos Artificiais, de Paulo Henriques Britto
• O burrinho pedrês e Sarapalha (Contos de Sagarana), de Guimarães Rosa

UFLA- Universidade Federal de Lavras

• O Auto da Compadecida – Ariano Suassuna
• "Sarapalha e o burrinho pedrês", em Sagarana - Guimarães Rosa
• Calabar - Chico Buarque e Ruy Guerra
• Prosas seguidas de odes mínimas - José Paulo Paes
• Melhores poemas de Manuel Bandeira - Manuel Bandeira
• Paraísos Artificiais - Paulo Henrique Brito
• O monstro - Sérgio Sant’anna
• Ensaio sobre a cegueira - José Saramago
• La vie en close - Paulo Leminski

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Questões dentro do novo perfil do ENEM



Fique atento ao novo perfil das questões do ENEM 2009


Linguagens , Códigos e sua Tecnologias


O INEP( Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira) responsável pelo ENEM, pensando em você vestibulando, elaborou 40 questões relativas as quatro áreas de conhecimento a serem cobradas neste novo exame: Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas tecnologias , Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologia dentro do novo perfil de avaliação do Enem 2009.

A seguir apresentam-se 8 das questões relativas à nossa área de estudo: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Resolvas essas questões e afira sua proficiência em Português.

Além das questões, há também o gabarito e a descrição da habilidade cobrada em cada questão.

Estude, conheça melhor o novo perfil do Enem, dessa forma você poderá se preparar melhor para o exame que ocorrerá nos dias 03 e 04 de outubro de 2009.


QUESTÃO 1


Concordo plenamente com o artigo "Revolucione a sala de aula". É preciso que valorizemos o ser humano, seja ele estudante, seja professor. Acredito na importância de aprender a respeitar nossos limites e superá-los, quando possível, o que será mais fácil se pudermos desenvolver a capacidade de relacionamento em sala de aula. Como arquiteta, concordo com a postura de valorização do indivíduo, em qualquer situação: se procurarmos uma relação de respeito e colaboração, seguramente estaremos criando a base sólida de uma vida melhor.

Tania Bertoluci de Souza

Porto Alegre, RS


Disponível em: <:http://www.kanitz.com.br/veja/cartas.htm>.

Acesso em: 2 maio 2009 (com adaptações).


Em uma sociedade letrada como a nossa, são construídos textos diversos para dar conta das necessidades cotidianas de comunicação. Assim, para utilizar-se de algum gênero textual, é preciso que conheçamos os seus elementos. A carta de leitor é um gênero textual que


(A) apresenta sua estrutura por parágrafos, organizado pela tipologia da ordem da injunção (comando) e estilo de linguagem com alto grau de formalidade.

(B) se inscreve em uma categoria cujo objetivo é o de descrever os assuntos e temas que circularam nos jornais e revistas do país semanalmente.

(C) se organiza por uma estrutura de elementos bastante flexível em que o locutor encaminha a ampliação dos temas tratados para o veículo de comunicação.

(D) se constitui por um estilo caracterizado pelo uso da variedade não-padrão da língua e tema construído por fatos políticos.

(E) se organiza em torno de um tema, de um estilo e em forma de paragrafação, representando, em conjunto, as ideias e opiniões de locutores que interagem diretamente com o veículo de comunicação.



QUESTÃO 2


José Dias precisa sair de sua casa e chegar até o trabalho, conforme mostra o Quadro 1. Ele vai de ônibus e pega três linhas: 1) de sua casa até o terminal de integração entre a zona norte e a zona central; 2) deste terminal até outro entre as zonas central e sul; 3) deste último terminal até onde trabalha. Sabe-se que há uma correspondência numérica, nominal e cromática das linhas que José toma, conforme o Quadro 2.



Quadro 1 Quadro 2

ZONA NORTE(CASA) Linha 100 Circular Zona Sul Linha Amarela

ZONA CENTRAL Linha 101 Circular Zonal Central Linha Vermelha

ZONA SUL Linha 102 Circular Zona Norte Linha Azul




José Dias deverá, então, tomar a seguinte sequência de linhas de ônibus, para ir de casa ao trabalho:



(A) L. 102 – Circular zona central – L. Vermelha.

(B) L. Azul – L. 101 – Circular zona norte.

(C) Circular zona norte – L. Vermelha – L. 100.

(D) L. 100 – Circular zona central – L. Azul.

(E) L. Amarela – L. 102 – Circular zona sul.




O poema de Manoel de Barros será utilizado para resolver as questões 3 e 4.

O apanhador de desperdícios



Uso a palavra para compor meus silêncios.

Não gosto das palavras

fatigadas de informar.

Dou mais respeito

às que vivem de barriga no chão

tipo água pedra sapo.

Entendo bem o sotaque das águas

Dou respeito às coisas desimportantes

e aos seres desimportantes.

Prezo insetos mais que aviões.

Prezo a velocidade

das tartarugas mais que a dos mísseis.

Tenho em mim um atraso de nascença.

Eu fui aparelhado

para gostar de passarinhos.

Tenho abundância de ser feliz por isso.

Meu quintal é maior do que o mundo.

Sou um apanhador de desperdícios:

Amo os restos

como as boas moscas.

Queria que a minha voz tivesse um formato

de canto.

Porque eu não sou da informática:

eu sou da invencionática.

Só uso a palavra para compor meus silêncios.

BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO, Manuel da Costa.

Antologia comentada da poesia brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p. 73-74.


QUESTÃO 3


É próprio da poesia de Manoel de Barros valorizar seres e coisas considerados, em geral, de menor importância no mundo moderno. No poema de Manoel de Barros, essa valorização é expressa por meio da linguagem


(A) denotativa, para evidenciar a oposição entre elementos da natureza e da modernidade.

(B) rebuscada de neologismos que depreciam elementos próprios do mundo moderno.

(C) hiperbólica, para elevar o mundo dos seres insignificantes.

(D) simples, porém expressiva no uso de metáforas para definir o fazer poético do eu-lírico

poeta.

(E) referencial, para criticar o instrumentalismo técnico e o pragmatismo da era da informação digital.


QUESTÃO 4



Considerando o papel da arte poética e a leitura do poema de Manoel de Barros, afirma-se que

(A) informática e invencionática são ações que, para o poeta, correlacionam-se: ambas têm o mesmo valor na sua poesia.

(B) arte é criação e, como tal, consegue dar voz às diversas maneiras que o homem encontra para dar sentido à própria vida.

(C) a capacidade do ser humano de criar está condicionada aos processos de modernização

tecnológicos.

(D) a invenção poética, para dar sentido ao desperdício, precisou se render às inovações da

informática.

(E) as palavras no cotidiano estão desgastadas, por isso à poesia resta o silêncio da não

comunicabilidade.


QUESTÃO 5


Aumento do efeito estufa ameaça plantas, diz estudo.


O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante do uso de combustíveis

fósseis e das queimadas, pode ter consequências calamitosas para o clima mundial,

mas também pode afetar diretamente o crescimento das plantas. Cientistas da Universidade de Basel, na Suíça, mostraram que, embora o dióxido de carbono seja

essencial para o crescimento dos vegetais, quantidades excessivas desse gás prejudicam a saúde das plantas e têm efeitos incalculáveis na agricultura de vários

países.

O Estado de São Paulo, 20 set. 1992, p.32.



O texto acima possui elementos coesivos que promovem sua manutenção temática. A partir dessa perspectiva, conclui-se que


(A) a palavra “mas”, na linha 3, contradiz a afirmação inicial do texto: linhas 1 e 2.

(B) a palavra “embora”, na linha 4, introduz uma explicação que não encontra complemento no restante do texto.

(C) as expressões: “consequências calamitosas”, na linha 2, e “efeitos incalculáveis”, na linha 6, reforçam a ideia que perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa.

(D) o uso da palavra “cientistas”, na linha 3, é desnecessário para dar credibilidade ao texto,

uma vez que se fala em “estudo” no título do texto.

(E) a palavra “gás”, na linha 5, refere-se a “combustíveis fósseis” e “queimadas”, nas linhas 1 e 2, reforçando a ideia de catástrofe.


QUESTÃO 6


Texto I



Ser brotinho não é viver em um píncaro azulado; é muito mais! Ser brotinho é sorrir bastante dos homens e rir interminavelmente das mulheres, rir como se o ridículo, visível ou invisível,

provocasse uma tosse de riso irresistível.

CAMPOS, Paulo Mendes. Ser brotinho. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.).

As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 91.


Texto II


Ser gagá não é viver apenas nos idos do passado: é muito mais! É saber que todos os amigos já morreram e os que teimam em viver são entrevados. É sorrir, interminavelmente, não por necessidade interior, mas porque a boca não fecha ou a dentadura é maior que a arcada.


FERNANDES, Millôr. Ser gagá. In: SANTOS, Joaquim Ferreira dos (Org.).

As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. p. 225.


Os textos utilizam os mesmos recursos expressivos para definir as fases da vida, entre eles,


(A) expressões coloquiais com significados semelhantes.

(B) ênfase no aspecto contraditório da vida dos seres humanos.

(C) recursos específicos de textos escritos em linguagem formal.

(D) termos denotativos que se realizam com sentido objetivo.

(E) metalinguagem que explica com humor o sentido de palavras.



QUESTÃO 7


Apesar da ciência, ainda é possível acreditar no sopro divino – o momento em que o

Criador deu vida até ao mais insignificante dos micro-organismos?



Resposta de Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, nomeado pelo papa Bento XVI em 2007:

“Claro que sim. Estaremos falando sempre que, em algum momento, começou a existir algo, para poder evoluir em seguida. O ato do criador precede a possibilidade de evolução: só evolui algo que existe. Do nada, nada surge e evolui.”


LIMA, Eduardo. Testemunha de Deus. SuperInteressante, São Paulo, n. 263-A, p. 9, mar. 2009 (com adaptações).



“É claro que é possível, assim como se pode acreditar que um super-homem veio para a Terra há 530 milhões de anos e ajustou o DNA da fauna cambriana, provocando a explosão da vida daquele período. Mas não há razão para crer em fantasias desse tipo.”


LIMA, Eduardo. Advogado do Diabo. SuperInteressante, São Paulo,n. 263-A, p.11, mar. 2009 (com adaptações)



Os dois entrevistados responderam a questões idênticas, e as respostas a uma delas foram

reproduzidas aqui. Tais respostas revelam opiniões opostas: um defende a existência de Deus e o outro não concorda com isso. Para defender seu ponto de vista,

(A) o religioso ataca a ciência, desqualificando a Teoria da Evolução, e o ateu apresenta

comprovações científicas dessa teoria para derrubar a ideia de que Deus existe.

(B) Scherer impõe sua opinião, pela expressão “claro que sim”, por se considerar autoridade

competente para definir o assunto, enquanto Dennett expressa dúvida, com expressões como “é possível”, assumindo não ter opinião formada.

(C) o arcebispo critica a teoria do Design Inteligente, pondo em dúvida a existência de Deus, e o ateu argumenta com base no fato de que algo só pode evoluir se, antes, existir.

(D) o arcebispo usa uma lacuna da ciência para defender a existência de Deus, enquanto o

filósofo faz uma ironia, sugerindo que qualquer coisa inventada poderia preencher essa

lacuna.

(E) o filósofo utiliza dados históricos em sua argumentação, ao afirmar que a crença em Deus é algo primitivo, criado na época cambriana, enquanto o religioso baseia sua argumentação no fato de que algumas coisas podem “surgir do nada”.











QUESTÃO 8


A sociedade atual testemunha a influência determinante das tecnologias digitais na vida do

homem moderno, sobretudo daquelas relacionadas com o computador e a internet. Entretanto, parcelas significativas da população não têm acesso a tais tecnologias. Essa limitação tem pelo menos dois motivos: a impossibilidade financeira de custear os aparelhos e os provedores de acesso, e a impossibilidade de saber utilizar o equipamento e usufruir das novas tecnologias. A essa problemática, dá-se o nome de exclusão digital.



No contexto das políticas de inclusão digital, as escolas, nos usos pedagógicos das tecnologias de informação, devem estar voltadas principalmente para


(A) proporcionar aulas que capacitem os estudantes a montar e desmontar computadores, para garantir a compreensão sobre o que são as tecnologias digitais.

(B) explorar a facilidade de ler e escrever textos e receber comentários na internet para

desenvolver a interatividade e a análise crítica, promovendo a construção do conhecimento.

(C) estudar o uso de programas de processamento para imagens e vídeos de alta complexidade para capacitar profissionais em tecnologia digital.

(D) exercitar a navegação pela rede em busca de jogos que possam ser “baixados” gratuitamente para serem utilizados como entretenimento.

(E) estimular as habilidades psicomotoras relacionadas ao uso físico do computador, como

mouse, teclado, monitor etc.



GABARITO


Questão 1 – Gabarito: E ...................................................................................................................................

Habilidade 1 – Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de

caracterização dos sistemas de comunicação.

Questão 2 – Gabarito: C ...................................................................................................................................

Habilidade 2 – Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e

informação para resolver problemas sociais.

Questão 3 – Gabarito: D ...................................................................................................................................

Habilidade 15 – Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando

aspectos do contexto histórico, social e político.

Questão 4 – Gabarito: B ...................................................................................................................................

Habilidade 15 – Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no

patrimônio literário nacional.

Questão 5 – Gabarito: C ...................................................................................................................................

Habilidade 18 – Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e

estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.

Questão 6 – Gabarito: E ...................................................................................................................................

Habilidade 22 – Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.

Questão 7 – Gabarito: D ...................................................................................................................................

Habilidade 24 – Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do

público, tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.

Habilidade 25 – Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as

variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.

Questão 8 – Gabarito: B .................................................................................................................................

Habilidade 30 – Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das

sociedades e ao conhecimento que elas produzem.